Chegar a casa com os três é sempre um processo algo complexo. Há a
tralha para tirar do carro, a guerra para ver quem chega primeiro ao elevador,
a guerra para ver quem acende a luz, a guerra para ver quem chama o elevador, o
esforço de tentar impedir a Teresa de carregar em todos os botões e fazer com
que a viagem até ao quinto andar seja uma regional com paragem em todos os
pisos... a coisa complica-se quando a Teresa decide assumir a tarefa de abrir a
porta de casa. Ok, é sexta feira, não há pressa... "meninos pousem tudo no
chão e vamos esperar que a Té abra a porta". A chave escolhida para o
efeito é a da casa dos avós o que complica seriamente o trabalho... "não é
essa a chave, Té..." "NAHHAAAA" "Tenta lá então..."
Sentamo-nos no
chão e aguardamos. O vizinho do 5ºdto aparece, cumprimena-nos com aqule
olhar-de-quem-já-nao-estranha-nada-que-venha-destes-lados e segue para casa.
O Tommy convence a
Teresa a usar a chave certa. Não, não tem o porta-chaves do cão da ovelha choné
mas pode ser que funcione melhor...
Passados quase 20
minutos a ajuda do irmão mais velho é aceite com alguma resignação. A porta
está fechada com três voltas e o Tommy tem dúvidas se deve rodar para a direita
ou para a esquerda... a violência começa a emergir... empura para um lado,
tento eu, empurra para o outro, tentas tu...
"Rapazes,
sentem-se aqui ao pé de mim, a Teresa é tão crescida que vai conseguir."
Tentou, com afinco
durante mais alguns minutos até que não houve outro remédio senão recorrer ao
último dos recursos: "mããããeeeee...."
Escusado será
dizer que, após a mega espera para abrir a porta, nos esquecemos de
desligar o alarme ao entrar.