Contrariamente às suas expectativas o Tiago ainda não foi atingido
pela gripe. Manteve a esperança durante todo o fim-de-semana mas o cair da
tarde de domingo chegou sem que nenhum (bendito) sintoma tivesse aparecido. O
mesmo não se pode dizer da Teresa a quem coube a responsabilidade de fazer cumprir
a regra 'de-outubro-a-abril-pelo-menos-um-com-tosse-e-pingos-mil'.
Perante a impossibilidade evidente de faltar à escola lá se decidiu
fazer os trabalhos de casa.
'Escreve os números de 1 a 20.
Copia as frases e ilustra:
O Luís foi ao Castelo.
O Dinis tem um lápis.
A Francisca tem uma máscara.'
Tudo muito bem até chegar às ilustrações:
“Oh mãe, estes desenhos vão dar tanto trabalho…”
O Tiago tem uma preguiça enorme para desenhar o que quer que seja.
Quando dou por mim, lá estou eu a tentar imitar o modo como desenha para o
ajudar a terminar o tpc. Desta vez resolvi adoptar outra postura. Simplificar a
tarefa em vez de a assumir:
“Não precisas de desenhar tudo. Na primeira, por exemplo, faz só o
Castelo.”
Desenhou um Castelo, se é que se pode chamar Castelo a um quadrado
com outros pequeninos em cima.
“No seguinte não precisas de fazer o Dinis, desenha só um lápis.”
“Mãe, se não desenhar o Dinis preciso de desenhar uma mesa para o
lápis não ficar a cair! Ainda é pior!”
Afastei-me a rir: “Não compliques.”
Depois fui espreitar, para ver se tinha optado pela mesa ou pelo
Dinis. Nada. Um lápis e uma máscara desafiavam, com sucesso, a lei da
gravidade. Quanto ao Ti, já tinha desaparecido para gastar as suas energias em algo que fosse realmente divertido.
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