"Com
três meninos tem uma casa cheia!"
Ouço esta
frase sistematicamente e não há como não concordar. A casa está sempre cheia. De
gente, de movimento, de barulho. Gasto metade do meu tempo em tentativas (vãs)
de criar condições favoráveis ao conforto doméstico:
"Podem
baixar o som da televisão?"
"Pouco
barulho!"
"Não
gritem!"
"Té,
larga o Ti..."
"Tommy,
pára de jogar e mete os teus irmãos na ordem!"
"Estejam
quietos, por favor..."
"Baaaanhoooo!!!"
"Quem
armou esta confusão?"
"Importam-se
de me deixar cozinhar?"
"Esperem
que eu tenho de fazer uma coisa no computador... Té, larga o rato!"
"Não se
faz nada nesta casa!"
Mentira.
Faz-se tudo. Sem eles é que não faço nada. Foram almoçar a casa dos tios e eu
estou aqui, bloqueada, sem o som da Xbox, da Wii, do SpongeBob e dos gritos da Té. Ouço ao longe um programa
de culinária da SicMulher, sugerindo-me a preparação de uma refeição que é hoje
desnecessária. O tempo não passa. Venham
lá rápido desse almoço que este silêncio e esta paz estão a matar-me.
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