Uma das
grandes vantagens de se ser criança é a forma simples como se gerem conflitos nesta fase. Se há um desacordo, a coisa
resolve-se mediante fáceis e lógicos critérios de decisão arbitral usados,
geralmente, pela ordem que se segue:
Nos casos (esporádicos) em que não é obtido um consenso após a aplicação das medidas
anteriores recorre-se a um indiscutível 'pedra-papel-tesoura' ou a uma
'lenga-lenga'.
Quem dera a nós, adultos, seres aborrecidos e complicados, podermos erguer-nos a meio
de uma reunião de trabalho e gritar:
"Pim,
pam, pum, cada bola mata um, p'rá galinha e p'ró perú, quem se livra és mesmo
tu! Ganhou o Fonseca. Vamos almoçar. O último a chegar à cantina é uma batata
podre!"
Cá em casa,
a Té, na sua condição de mais nova, mais pequena, mais fraca e com (ainda) limitadas capacidades oratórias criou uma lenga-lenga muito simples que lhe
garante a obtenção da razão. Reza assim:
"Pim,
pam, pum. Sou eu!"
Resulta?
Não, mas toda a gente se ri. E quem conquista a simpatia dos outros conquista a
sua boa vontade. Há melhor modo de levar a nossa avante?
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