Preparamos-nos para sair de casa. Mochilas, lancheiras e casacos
perfilados no hall de entrada. Hoje são apenas a duplicar, uma vez que o Tommy está adoentado. O Ti rosna de indignação. Diz que merece uma folga. Contas suas, os
irmãos já faltaram mais dias ao colégio no último mês do que ele desde o início
do inverno. Digo-lhe que devia estar contente por não adoecer com tanta
facilidade. Enfurece-se. Como posso eu atrever-me a dizer tal disparate? Como
pode alguém, no seu perfeito juízo, comparar um duro dia de aulas com um dia passado, em pijama, no sofá,
a ver televisão? Mudo de estratégia. Pergunto-lhe se não fica orgulhoso por
saber que o seu corpo está cada vez mais resistente a todo o tipo de infecções.
Responde que não. Lamenta ter sido operado à garganta. Recorda com nostalgia os
tempos em que as suas amígdalas o presenteavam regularmente com períodos de
descanso no aconchego do lar.
Os dias passam. O Tommy recupera. A Té reveza-o. O Ti desespera.
Eis que... subitamente, surge uma tosse. Uma tosse rouca, funda, daquelas que
inspiram alguma preocupação.
“Mãe, acho que estou a ficar doente!”
“Não sei rapaz… não tens febre. Mas talvez seja prudente seres
auscultado.”
A tão desejada folga parece
estar, finalmente, a chegar. Os seus olhinhos brilham de alegria. Mal pode
esperar pela consulta.
O veredicto não é o esperado. Não precisa de ficar em casa. Uma
colher de Broncoliber durante um par de dias deverá ser o suficiente para
resolver o assunto. Está mais furioso do que nunca.
“Não vou tomar isso!”
“E pode-se saber porquê?”
“Não tomo xarope para broncos!”
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