Sempre achei
que saber e gostar de plantas era coisa de 'belhinho'... o passar dos
anos veio reforçar essa minha convicção. A caminhar para os 40, dou por mim a
reparar (e a apreciar) cada vez mais tudo quanto é planta que me rodeia (plantas
de exterior, entenda-se, pois dentro de casa continuo sem conseguir fazer
sobreviver um simples cacto... lá chegarei, há que ter esperança).
Nos últimos tempos foram plantadas centenas de magnólias por estas bandas. Ruas despidas e suburbanas viram-se subitamente salpicadas por um manto verde que as transformou profundamente.
As magnólias
estão agora em flor. Rosas, lilases ou brancas... lindas, a rasgar o ambiente
frio e cinzento das manhãs de Fevereiro.
"Mãe,
estas também já estão com flores!!"
"São
bonitas não são?"
"São, mas
vão cair. É pena não é?"
"É, mas
depois vêm as folhinhas verdes."
"E as
folhinhas depois ficam amarelas e caem... pena não é?"
"É, por
isso vamos aproveitar o momento em que ainda estão lá em cima. Vão cair, é
certo, mas nascerão outras."
"Era
mais giro se as flores nunca caíssem..."
"Não
era não. Deixavam de reparar nelas."
Não ficaram
muito convencidos. Um dia, vão certamente perceber que a magia das árvores está
neste ciclo interminável e talvez recordem com nostalgia as magnólias da sua
infância. A mesma nostalgia com que recordo os plátanos da Praça Velásquez que se
vestiam e despiam de cor com as estações do ano...
Sr. Presidente, como natural e residente da sua Junta de Freguesia, só tenho a agradecer-lhe
esta ideia. Nunca vi as nossas ruas tão bonitas. Não duvido que haja por aí um hortofloricultor (amigo do major) a ganhar rios de euros mas antes ele do que um artista de segunda especializado
em esculturas para rotundas.
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