Nunca primei
por cumprir com rigor o código da estrada. Mesmo nas barbas da policia sou
capaz das maiores obtusidades.
Uma vez perseguiram-me durante 500 metros numa
rua estreita com as luzes e sirene ligadas e eu, feita ursa, ainda acelerei o mais que pude para chegar rápido a um ponto em que conseguisse dar-lhes passagem...
"vão com pressa" pensei... iam, efectivamente, com alguma pressa para
me multar depois de eu ter pisado um traço continuo com eles imediatamente atrás de mim.
A
partir de agora nada será como dantes. O meu filho do meio descobriu o
velocímetro e está sistematicamente a verificar se estou a cumprir com o
limite. Convém relembrar que o meu filho do meio é o polícia da casa.
Como é que
se explica a uma criança de 5 anos que é aceitável seguir a 70 numa rua vazia
quando um raio dum sinal tem bem explícitos 50? Não se explica, tira-se o pé do
acelerador.
"Mãe,
aqui é 70, vais a 72..."
Toquezito no
travão, desço para os 68.
"Agora
é 60... "
Abrando mais
um pouco.
"50...
50.. outra vez 50? Porque é que repetem os sinais? Já tinham dito lá
atrás!"
"Alguém
pode não ter visto o anterior... ou ter entrado só agora nesta estrada."
"Ok.
50... 50... já me estão a 'inrritar'!"
Eu é que
começo a ficar 'inrritada' mas lá continuo, cheia de paciência, em ritmo domingueiro.
"40!
Finalmente!"
Abrando para
os 35... uma placa azul com um 'L' na traseira dava jeito, neste momento. Começa a formar-se fila atrás de nós. E desta vez, para meu azar, não é a polícia.
"Mãe,
porque é que o senhor está a apitar?"
"Deve
estar com pressa Ti..."
"E não
deve ter visto o sinal 40!"
<Fóóóm,
fóóóóm, fóóóóóóóm>
"Pois
não deve ter visto Tiago, não deve ter visto..."
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