segunda-feira, 15 de julho de 2013

The unbearable difficulty of being



Almoço em família no Shopping. Tento, com esforço, manter alguma ordem por entre os tabuleiros apetrechados de menus McDonalds:

“Água para aqui, água para ali, ice-tea para o Tommy… palhinha para o ice-tea… palhinha para a água? Não há? Oh,diabo… espera, estão aqui. Pronto, palhinha para a Té, palhinha para o Ti… ketchup, quem quer? Um para cada um, mais é exagero. Té, não comeces pelo ketchup, se fazes favor… essas batatas não são tuas… deixa o teu irmão em paz… dá cá o boneco do Gru! Cuidado, não entornes a água…”

Sento-me e começo finalmente a almoçar. Aproveito uns segundos de silêncio para as recomendações do costume:

“Têm de se portar bem. Para isso basta que os mais novos tentem não chatear muito os mais velhos e que os mais velhos tentem ter paciência para os mais novos…”

A Teresa mergulha, mais uma vez, o indicador no ketchup e leva-o à boca enquanto olha os irmãos de soslaio como quem “se pensam que vou parar de vos atazanar o juízo estão bem enganados…”

Finjo que não a estou a ver e continuo com a conversa:

“A Té tem de parar de chatear o Ti e o Tommy. O Tommy tem de ter paciência para a Té e para o Ti…”

O Tiago interrompe-me:

“E eu, tenho de não chatear um e ter paciência para o outro!”

Estende os braços, deixa descair os ombros e desabafa:

“Eu bem digo que é complicado. Quando há três meninos, para o do meio é ‘muito difícil ser’.”


Sem comentários:

Enviar um comentário