“Mãe, os nossos dentes caem todos?”
“Sim.”
“Todos, todos?”
“Os vinte de leite sim.”
“Chiça!...Ainda bem que não caem ao mesmo tempo… e é verdade que as
Fadinhas dos Dentes trazem uma moeda se pusermos o dente debaixo da almofada?”
“É.”
“Em todos os dentes?”
“Não, só no primeiro.”
“Hum…bem me parecia… o dente que me falta conta?”
“Esse partiste quando tinhas um ano. Não conta.”
“Boa. A Fadinha dos Dentes trouxe moedas ao Tomás quando lhe caiu o
primeiro dente?”
“Foi na República Dominicana... trouxe-lhe um brinquedinho, umas moedas e um chocolate, se bem me lembro.”
“As Fadinhas dos Dentes da República Dominicana são muito
simpáticas! Devem ser mais sensíveis do que as nossas…”
“Vá que é do clima...”
“Espero que a minha Fadinha dos Dentes saiba que eu não gosto de
chocolates…”
“Sabe certamente.”
“As Fadinhas dos Dentes têm asas, não têm?”
“Imagino que sim…mas nunca vi nenhuma, não tenho a certeza.”
“Mãe… claro que têm… se não tivessem tinham de andar pela rua para
ir a todas as casas. Era im-po-ssí-vel.”
Claro. Um congestionamento de Fadinhas na via pública é impossível.
Fadinhas com asas a entrar pelas janelas dispostas a trocar dentes caídos por
moedas e doces, isso sim, faz todo o sentido.
Sem comentários:
Enviar um comentário