sábado, 8 de fevereiro de 2014

monopoly



"Meninos, dêem um beijinho ao pai e à mãe que vão ao cinema!"

Olham-me incrédulos.

"Ao cinema?! A esta hora?!"

Percebo que lhes pareça estranho irmos ao cinema sozinhos ainda por cima à hora de deitar. Para eles 'cinema' é sinónimo de blockbuster Disney, pipocas e óculos 3D. Esclareço-os:

"É verdade. Os crescidos podem ir ao cinema à meia-noite. Por falar em meia-noite, já são mais que horas de estarem a dormir. Pijama, leitinho e... cama!"

"Mas... o avô disse que íamos jogar Monopólio!"

Olho-os incrédula.

"Monopólio?! A esta hora?!"

"É verdade. O pai deixou." 

Sorriem e apontam o tabuleiro, já aberto em cima da mesa, com 3 peças (para o avô, para o Tommy e para o Ti) posicionadas na 'Casa Partida'.

Abro os olhos ao André que, imune ao meu olhar ameaçador, ajuda a distribuir as notas enquanto recomenda ao Tommy que seja, dentro do possível, solidário com o irmão.

Batemos a porta quando os dados são lançados. Vai correr mal. O Tommy não sabe perder, o Ti não sabe jogar e a Té, apesar de não jogar, insiste em reordenar o território cada vez que apanha os outros distraídos. 

À chegada, contra as nossas expectativas, estão todos a dormir. Afinal parece que correu bem. O avô foi o primeiro a falir. O Tommy, dadas as recomendações do pai e o adiantado da hora, abraçou o Ti e gritou:

"Ganhámos!"

Ao que o Ti respondeu:

"Ouve cá, não é suposto ganhar só um?"

O Tommy explicou que era melhor assim e o Ti não teve como não concordar. Antes de adormecer disse ao avô:

"Avô, no monopólio, contra o Tomás, estás feito. Não tens hipótese. Comigo, não estás assim tão feito mas só porque ainda joguei poucas vezes. Amanhã jogamos de novo, ok?"

Está feito, avô. Está feito.

Sem comentários:

Enviar um comentário