Era uma zona industrial, tão incaracterística como todas as zonas
industriais. Era noite. Armazéns despidos de cor dormiam embalados pelo ruído da estrada nacional. Um deles era um stand de automóveis. Através da fachada em
vidro era possível vislumbrar meia dúzia de carros novos alinhados num gélido openspace.
Um stand, como todos os outros, num armazém, igual a todos o outros. Não para o
Tiago.
“Ei, viram aquilo ali?”
Nenhum de nós tinha reparado em algo que fosse digno de atenção.
“O quê Ti?”
“Aquilo, ali, que dizia Ford!”
“Ah, o stand. Que é que tinha?”
“Era como uma casa, mas suuuper gigante e como um prédio, mas muuuito
menor. Com carros lá dentro. Não era espectacular?”
Não era, até ser visto da perspectiva certa:
“Era uma zona industrial, tão espectacular como todas as zonas
industriais. Era noite. Casas super gigantes dormiam embaladas pelo ruído da estrada nacional. Uma delas, que parecia um prédio muito, muito pequenino tinha
grandes janelas através das quais os carros que lá viviam viam passar os outros
carros na estrada. Era um stand. Era espectacular.”
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