quarta-feira, 2 de julho de 2014

Let it Go



Não há como negar a realidade. Cá por casa, atrás de uma obsessão vem sempre outra, maior e mais persistente. A última pertence à Té e é o Frozen. Só quer ver o Frozen, só quer ouvir as músicas do Frozen, só quer falar do Frozen. A fixação é tal que, à saída da festa de final de ano não vinha entusiasmada com as brilhantes actuações para as quais ensaiaram semanas a fio mas sim com o facto de, num dos intervalos, ter passado o Let it Go.

Gostaste da tua festa, Tété? Sim! Tocou o Let it Go! Tocou o Let it Go!

Ouvimos o Let it go a todo o momento, em loop, dia após dia, semana após semana. Ora em casa, ora no carro, ora no gadget que está mais à mão. Ora na versão da Idina Menzel, ora na versão da Demi Lovato, ora na minha preferida, a versão da Té y sus hermanos. 

A imagem dos três, em pijama, no meu quarto, com os sorrisos iluminados apenas pelos tons azuis do filme, a cantar o Let it Go a plenos pulmões há-de ficar para sempre guardada no meu baú de memórias, não só por ser uma imagem absolutamente enternecedora mas, principalmente, pelo número incontável de vezes que se repetiu nos últimos tempos.

Estranhamente, quanto mais ouço o Let it Go mais gosto do Let it Go. Digo estranhamente pois nunca liguei nem um bocadinho a trinados vocais envolvidos por elaborados arranjos musicais. Sempre tive alergia às Celine Dion, às Mariah Carey e às Adele deste mundo. Até dar por mim a ouvir o cd do Frozen sozinha no carro e a ficar arrepiada com o Let it Go. Até dar por mim a emocionar-me com o Let it Go como se de uma das minhas músicas preferidas de Pearl Jam se tratasse. 

Não há como negar a realidade. Gosto do Let it Go. Gosto mesmo muito do Let it Go. É daquelas canções que, daqui a muitos anos, me vai fazer regressar aos dias em que os meus meninos gostavam de adormecer na minha cama, embalados por musicais da Disney. 

A música tem este poder de nos fazer viajar no tempo. O amor, por outro lado, permite que nos deixemos apaixonar pela mais impensável das canções.

Qual não é o meu espanto quando descubro que o Eddie Vedder fez há dias, em Milão, uma curta cover do Let it Go por entre os acordes do Daughter. Os críticos mais puristas dizem que foi o fim da linha. Eu digo que foi mágico.

  

3 comentários:

  1. A música tem este poder de nos fazer viajar no tempo. O amor, por outro lado, permite que nos deixemos apaixonar pela mais impensável das canções.

    Esse seu comentário além de muito bem colocado, tem uma verdade infinita. Quantas vezes ouço uma música e quase sinto um cheiro ¨daquela época¨ , cheiro de verão, cheiro de batom, cheiro de perfume... E como o amor nos dobra, nos ensina e nos faz experimentar o que antes nem olharíamos de lado.

    E uma coisa eu me identifico com você, acho que somos mães que estamos aproveitando a infância dos filhos, sabemos que passa rápido e estamos a disfrutar, já antecipando até aquilo que sentiremos saudades... Passa muito rápido, não é?

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  2. É isso aí, Maria Eugênia ;-)
    Beijinhos

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  3. Reli, e vi um ¨disfrutar¨...sorry, desfrutar!

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