terça-feira, 28 de outubro de 2014

Santa won't take my dummies.



Era uma vez uma jovem mãe que passava horas infindas a embalar o seu bebé para que ele caísse no sono. O bebé desistiu da chupeta logo nos primeiros dias e ninguém tirava da cabeça da mãe que a sua falta de insistência para que este  mudasse de ideias tinha sido a origem de uma luta diária com o João Pestana que se prolongou por um bom par de anos. 

Quando chegou o segundo bebé, a mãe, ao ver que este também não mostrava grande interesse na chupeta, sem vontade nem força nos braços para voltar à mesma rotina, correu a comprar chupetas de todos os tamanhos e feitios para assegurar que, qual sapatinho de cristal no pezinho da Cinderela, uma delas havia de servir na perfeição e garantir a todos um serão tranquilo. Assim foi. A eleita foi uma Chicco azul e verde, com tetina anatómica em borracha, a primeira de todas as chupetas que o segundo bebé usou incansavelmente até ao momento em que, já não sendo propriamente um bebé,  marcou estoicamente no calendário o dia em que largaria de vez a chupeta. 

Enquanto isso chegou o terceiro bebé, uma bela princesinha, que não só aceitou a primeira chupeta que lhe foi apresentada como dormiu como um anjo, à hora certa, desde a primeira noite. A data marcada no calendário chegou, a promessa foi cumprida e a princesa apressou-se a declarar como suas todas as chupetas abandonadas pelo irmão. A mãe não se opôs convencida de que mais cedo ou mais tarde a sua bebé, já menina, chegaria à conclusão de que já não precisava da sua "pê".

Os anos passaram-se sem o mais pequeno sinal de que a menina quisesse livrar-se da chupeta. Era o dentista que avisava que os seus belos dentinhos iam ficar tortos, eram os meninos mais pequenos que exclamavam "óia aquela menina com pêta!", eram as zonas e horas de uso proibido de chupeta inventadas pela mamã, nada a demovia de, sempre que podia, se pavonear de chupeta na boca e chupeta sobressalente no bolso. 

Até ao dia em que uma mamã de uma amiguinha apresentou aquela que parecia ser a derradeira solução para o problema:

"Entregas as tuas chupetas ao Pai Natal e no dia de Natal ele deixa-te debaixo da árvore um presente por cada uma das chupetas!"

A menina procurou todas as chupetas que tinha espalhadas pela casa e, com entusiasmo, mostrou  à mamã um caixa com onze chupetas. A mamã fez uma grande festa e perguntou à menina se ela estava contente por saber que ia receber onze presentes do Pai Natal ao que a menina respondeu:

"Onze é muito. Dez presentes chegam. Vou ficar com esta que é a minha preferida!"

1 comentário:

  1. Olá acabei de falar no meu blog sobre o seu livro.
    http://suspirosdabea.blogspot.pt/

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