Uma mãe de um futuro campeão tem, entre muitos outros requisitos,
de estar preparada para semana sim, semana não, encontrar campos de futebol no
mais recôndito dos lugares. A saber:
Tem de ser capaz de manter o sangue frio quando tudo falha: quando
o GPS fica verde, quando as folhas que o pai tirou do google maps indicam estradas que estão cortadas para obras,
quando a sexagenária a quem pede indicações lhe diz carinhosamente “Para o campo do Valadares? Ai filha que
vais tão mal!...”
Tem de sorrir ao transeunte que, apesar de não fazer a mais pequena ideia de como chegar ao campo de jogos de S. Pedro de Fins e mesmo estando a chover a potes, arrasta do interior de uma tasca seis
amigos para virem ajudar. Tem de aguardar, com a água a entrar pela
janela dentro, que o senhor e os seus ruidosos camaradas tentem chegar a um
consenso quanto ao melhor caminho. Tem de fazer de conta que percebeu as sete
indicações diferentes, desejar a todos um bom resto de fim-de-semana e seguir rumo ao
desconhecido.
Tem de ficar grata pela boa alma que se predispõe a ir de carro à
sua frente guiando-a até ao campo do Trofense quando afinal o jogo é na Paradela.
Tem de aprender não só a chegar ao campo no mais recôndito dos
lugares como a conseguir regressar ao mesmo, findo o tempo de jogo, sem andar uma
hora às voltas, perdida por montes e vales.
Tem de conseguir justificar o injustificável a um ‘mister’ incrédulo
perante tamanha falta de orientação.
Estou longe mas acredito que estou no bom caminho. Prometo continuar a
tentar. Semana sim, semana não.
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