domingo, 4 de janeiro de 2015

Birthday stars



Este ano o meu aniversário foi celebrado com um pequeno jantar em casa dos avós. A Té indignou-se por ter convidado pouca gente: "Mais gentes dava mais jeito, mamã... na minha festa quero todas as gentes!"

Não sei se por falta de 'gentes' ou pela constipação que teima em não passar, ficou com sono mais cedo do que os irmãos. 

"Vamos para casa, mamã... os manos vão depois, com o papá."
"Ok, fofinha. Veste o casaco, o gorro e as luvas. À noite está gelada e tu não podes apanhar frio."

Metemo-nos ao caminho, de mãos dadas. Olho-a de cima. O narizito arrebitado, o casaco comprido e o passo firme fazem-na parecer uma miniatura de pessoa crescida. Paramos no semáforo que está vermelho para os peões. Sorrio-lhe. Ela sorri de volta e levanta a mão em direcção ao céu.

"Estás a ver as estrelas a brilhar?"
"Estou. Estão muito bonitas."
"Sabes o que dizem, mamã?"
"Não, não sei."

Olha-me complacente. 
"Que dia estamos hoje?"
"Dia 30."
"Quem faz anos hoje?"
"Eu."
"Então que achas que dizem as estrelas?"

O semáforo já está verde mas nós mantemo-nos imóveis, de mãos dadas e olhos no céu.
"Não sei Teresinha. Diz-me tu."

Ergue a sua luva no ar o mais que consegue e, como que apontando uma frase num quadro, mostra-me o óbvio que eu ainda não tinha conseguido ler:
"PARABÉNS MÃE! Não acredito que não tinhas reparado."
"Não tinha mesmo, minha linda. Ainda bem que me mostraste. Olha, o semáforo está vermelho de novo..."
"Não faz mal. Esperamos que fique verde 'outa' vez. Olha para a lua! Também te está a dar os parabéns!"

Aceno aos astros e agradeço:
"Obrigada estrelas! Obrigada lua!"

Obrigada Té, pela tua magia.


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