A nossa casa
é caótica. Gente a mais, tralha a mais, espaço e capacidade de organização a
menos. De quando em vez decreto que é dia de arrumação. Digo 'dia' pois nunca é tarefa que se despache em dois tempos. A partir do momento em que abro um armário com o objectivo de estabelecer alguma ordem no seu interior começa a surgir toda uma panóplia de utilidades e
inutilidades que se enquadram nos seguintes grupos:
grupo a: coisas
que devem permanecer naquele espaço de arrumação
grupo b: coisas
perdidas que precisam de ser arrumadas noutro lugar
grupo c: coisas
para o lixo
grupo d: coisas
que não servem para nada mas que não tenho coragem de deitar fora
grupo e:
objectos não identificados
Método adoptado (em sete passos):
Passo número
1 - esvaziar o armário
Passo número
2 - começar a fazer uma seriação de itens
Passo número
3 - arranjar uma caixa grande para os itens dos grupos 'd', uma caixa para os do
grupo 'e' sacos para os do grupo 'c'
Neste passo
os miúdos entram, invariavelmente, em cena:
"olha
que giro! já não me lembrava que tínhamos isto!"
"podemos
jogar este jogo?"
"para
que serve esta coisa? posso levar para o meu quarto?"
"mãe, não
acredito que vais deitar isto fora!..."
Passo número
4 - arrumar os itens do grupo 'a'
Passo número
5 - procurar as coisas que os miúdos já sacaram das caixas, dos sacos e do
armário e repô-las no devido lugar
Passo número 6 - repetir o 'passo número 5'
Passo número 6 - repetir o 'passo número 5'
Passo número 7 - tentar arrumar no sítio certo os itens do grupo 'b'. Aqui inicia-se um
processo de 'loop' que se traduz num inevitável e desesperante regresso ao 'passo número 1' com a agravante de desta vez ser em três ou quatro frentes.
Resultado
frequente:
Um armário
arrumado, múltiplas caixas com tralha "em trânsito" espalhadas pela casa, vários sacos de lixo,
uma mãe com um ataque nervos, 3 crianças a jantar salsichas e massa cozida.
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