quarta-feira, 8 de maio de 2013

este é o nosso destino




Somos do Porto desde pequeninos. Todos, sem excepção nem alternativa. Opções clubísticas não se dão a escolher por estas bandas. Nasceu, é do FCP. Certidão do Registo Civil em mão, venha daí o cartão do Clube.

Para os mais novos, ser do FCP não é, definitivamente, difícil. A última década foi plena de vitórias. Mas há anos melhores e anos piores. Este não tem sido brilhante. O desfecho vermelho do campeonato começou a vislumbrar-se e as expectativas foram esmorecendo. Mas, mesmo depois do jogo com o Marítimo, o Tommy manteve a fé: “…vão perder pontos com o Estoril, depois levam uma abada do Chelsea e no fim espalham-se com o Guimarães…vão passar do ‘tripleto’ ao ‘zereto’. Eu acredito.”

Eu, pessoalmente, não tinha qualquer esperança. Até ao jogo de segunda-feira.

Estamos em casa dos avós. Golo do Estoril. O Tommy explode de alegria, como se tivesse acabado de ganhar uma Final Europeia. Grita, atira-se para o chão, salta por cima dos sofás e corre porta fora a gritar a plenos pulmões “POOOOORTOOOOO” a quem queira ouvir num raio de 500m. Nestas alturas não tenho grandes dúvidas: o André conseguiu criar um ‘monstro’.

“Golo do Pôto?”– pergunta a Teresinha, confundida, olhando para televisão à procura de um equipamento azul.

“Não, minha querida, golo do Estoril. Mas é bom para o Porto.”

Não me parece muito convencida mas aceita e sorri:

“Golo bom J

“Isso mesmo, golo bom! Golo muito bom! Agora vai brincar com a avó que isto vai ser um stress até ao final…”

Trinta minutos, que pareceram duas horas, até à confirmação de que o prognóstico do Tommy estava certo. Dois míseros pontinhos permitem-nos voltar a sonhar com o título. Até o Tiago, que (apesar de estar cacetado o suficiente para dizer que o Porto é o melhor do mundo) não liga nada à bola, está feliz.

Apito final. O pai liga da fábrica e limita-se a gritar: “MAMÓÓÓÓÓ". O Tommy já está de novo na rua pronto a saltar para o banco da frente do carro do avô: “Vamos buzinar, vamos buzinar!!!”

Lá fomos todos, rasgando o silêncio das ruas vazias e escuras, comemorando a hipótese de ainda-podermos-vir-a-ser-Campeões. E uma coisa é certa: a alegria desse momento já ninguém nos tira. 

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