quinta-feira, 9 de maio de 2013

tenham medo da Princesinha



É familiar de uma criança sub-6 e a imagem de cima não lhe diz nada? Dos confins do seu cérebro não surge de imediato a melodia “É a Princesiiiiinhaaa… Princesiiiinhaaa… Princesiiiinhaaa…”?

Considere-se bafejado pela maior das sortes. Escapar à Princesinha não acontece a qualquer um.

A Princesinha foi criada por um senhor chamado Tony Ross. Dele apenas sei que é inglês e que estabeleceu como objectivo de vida infernizar lares por esse mundo fora.

A Princesinha não é simpática. A Princesinha não é bonita. A Princesinha não tem maneiras. A Princesinha não é obediente. A Princesinha não larga a chupeta. A Princesinha não come salada. A Princesinha não arruma os brinquedos. A Princesinha não trata bem os animais. A Princesinha só veste o que quer. A Princesinha é uma peste.

Moral da história: a Princesinha é chamada à razão pelos seus actos vis no final de cada episódio? Não. A Princesinha leva sempre a sua avante. E porquê? Porque vive rodeada por um bando de energúmenos: uma mãe Rainha fútil, um pai Rei apatetado, uma ama galdéria, um valete parvalhão, um ministro sem funções, um comandante que não sabe nadar, um cozinheiro francês e um jardineiro (honra seja feita aos dois últimos que parecem ser os únicos a produzir alguma coisa).  
As muitas e tão evidentes fraquezas de cada um são habilmente usadas pela Princesinha para conseguir SEMPRE os seus objectivos.

Resumindo, transmitir bons modos e bons princípios uma criança pequena torna-se muito mais difícil no momento em que esta se depara com o universo da Princesinha.

O Tiago conheceu a Princesinha aos dois anos e andou viciado naquilo durante meses. Foram tempos difíceis. Acabou por passar, como tudo, mas deixou algumas marcas. Ainda guardamos, de recordação, uma carrinha do INEM que foi esturricar ao micro-ondas.

Agora perguntem-me: o que fiz eu às dezenas de ‘Princesinhas’ que foram gravadas na box da Zon nessa altura? Apaguei-as? Não, não tive coragem. Lá estão. E a Té acabou de as descobrir. Desejem-me sorte.


ps: deixo-vos uns segundos da Princesinha. Não encontrei em português mas a versão castelhana parece igualmente intragável. Não mostrem a ninguém.

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