Barra. O
trio está com os primos dentro de casa. Alguém grita, alto o suficiente para se
ouvir no jardim. Respiro fundo e levanto-me para ir impor alguma ordem. Contra
todas as expectativas, no momento em que rodo a maçaneta da porta, reina um
silêncio sepulcral...
<mau...
algo se passa...>
Os mais
novos e um dos primos estão perfilados no corredor, muito direitos, com os
braços estendidos ao longo do corpo.
"Então
meninos?"
"Estamos
à espera da nossa vez. Estamos a ser interrogados."
Entro na
sala e encontro o Tommy, com o semblante carregado, sentado em frente à prima,
que, com a cabeça baixa e as mãos sobre os joelhos, responde às perguntas que lhe vão sendo
apresentadas.
"Filho,
o que é que se passa aqui?"
Rasga-me um
sorriso afável e explica:
"Não há
outro modo de resolver as brigas deles. Cada um diz que a culpa é do outro.
Estou a recolher, individualmente, as versões de cada um para perceber quem é
que está a dizer a verdade."
Regressa à
postura de agente stasi e faz mais uma pergunta.
Saio da sala.
Os outros três continuam hirtos, encostados à parede. Sussurro-lhes:
"Mantenham-se
assim, direitinhos e caladinhos. Vão ver que não vai custar nada."
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