A Teresinha não disse mais de meia dúzia de palavras até aos três
anos, momento em começou a dar largas a um ‘teresês’ que tem vindo a aproximar-se
gradualmente do português.
Fosse a minha primeira filha e tinha ido a correr para um
terapeuta da fala. Não fui. À terceira já aprendi que não devo procurar por
antecipação soluções para problemas que podem nem vir a existir. Estou
convencida que o passar do tempo vai trazer-lhe a clareza verbal que ainda lhe
falta. Se não trouxer então lá procuraremos ajuda especializada para resolver os
‘f’ e os ‘c’ que saem em ‘p’, os ‘s’ que saem em ‘t’ e os ‘l’ que, pura e
simplesmente, não saem.
Amanhã comemora-se o Dia Internacional da Consciencialização para
a Gaguez. Nem de propósito, há um par de noites, comentei com o André as
dificuldades de arranque que a Té tem em algumas palavras:
“Será que a nossa filha vai ser gaga?”
A Té, que, por mais distraída que pareça estar, tem sempre uma
antena à escuta, sem tirar os olhos do Basketeers (única – bendita – série que presentemente
reúne consenso entre os três), diz com um ar muito indignado:
“Oh 'iago'! Óviste? A mãe disse que quando eu fô gande vou sê gaga!”
O Ti, não reagiu, primeiro porque não sabe o que a palavra gaga
significa, segundo porque, quando está a ver televisão, só reage ao que a irmã
diz no instante em que ela se interpõe entre ele e o ecrã. Assim aconteceu. Já
de pé, em frente ao televisor e de mão na anca deixou bem claro:
“Quando fô gande não vou sê Gaga. Vou sê Pin-ce-sa!”
Vim aqui ter por acaso e não costumo comentar mas achei delicioso este diálogo. O meu terceiro (e último) tem agora 4 anos e também foi assim. Até aos 3 anos os irmãos falavam por ele. Para quê gastar saliva. Agora não se cala. Mas também é verdade que ainda troca consoantes e mistura as 3 línguas (a minha, a do Pai e a outra que também se fala aqui onde vivemos). Vou começar a visitar este blog. Adorei a ideia das férias de autocaravana. Já nos tem passado pela cabeça mas ainda não concretizámos. Talvez um dia...
ResponderEliminarObrigada Helena, pelas suas palavras tão simpáticas. Vá "aparecendo" :-)
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